Engraçado, é a palavra que caracteriza a confusão que vejo. Somos todos diferentes e inserimo-nos em grupos para nos sentirmos confortáveis e estáveis. No entanto, esquecemo-nos que, na verdade, somos inevitavelmente diferentes. Conhecer cada engraçado á minha volta é um jogo fantástico. Vejo névoas e estrelinhas a tripitar em torno das nucas à minha volta. A confusão é maravilhosa, a multidão e os seus componentes, transportam-me para uma guerra repleta de explosões de cores e porporinas. Adoro ver os outros a comunicar, a jogar ao gato e ao rato e... que ganhe o mais forte! Engraçado o comportamento dos sexos opostos, engraçadas as respostas gestuais às interrogações.
Há uma comunhão de grandes e pequenas almas na multidão. Há imbecis que são tão pequenos, quase insignificantes, mas que pretendem ser majestosos, imponentes e importantes. Há outros que, pelo contrário, expiram humildade. Tanta que, passa por ingenuidade, chegando por vezes à mais pura tristeza pessoal. Vejo que na multidão as névoas são mais que muitas e que infelizmente superam em grande escala o aroma da humildade e do respeito. Há também os grandes linces, os perdadores, aqueles que já não escondem os seus actos aos olhos dos perspicazes. As multidões são mesmo assim, são jogos de palavras, aromas, neblinas e porporinas. Quem tem o prazer de ver e escutar a multidão, tem o previlégio de se conhecer a si próprio. Ou, por outro lado é tão bom espectador que entende mais o mundo que a si mesmo. Conhecer a multidão é em simultãneo excitante e tenebroso.
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